quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Profecia

Cheguei na porta do boteco com medo, mas joguei-o do lado de fora e a abri, como quem não tem mais nada a perder. Eu não tinha.

Ele iria me destruir. Estava escrito e ele queria. Deus, quase que eu queria àquelas alturas.

Entrei naquele espaço imundo e abafado, cheirando a cigarro e suor. Trouxe comigo um resto do frio da noite que sumiu antes de a porta fechar.

Ele estava exatamente onde eu o havia deixado.

Caído sobre a mesa, um envelope rasgado às pressas. Ao lado, um pedaço de papel: os resultados do exame, minha sentença de morte.

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