segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Volta

Ela vai. Sem luzes ou sombras, funerais ou balões. Vai dar as costas e sair, assim, um passo e depois outro. Deixa lembranças e beijos, cartões e um ou dois ressentimentos.

O mármore de seus pés vai desprender algum pó, que talvez continue aqui por muito tempo, infiltrado entre as frestas, os dedos ou entre minhas idéias e fantasias.

Os seus desejos, líquidos, por outro lado, jamais se misturarão a nada. Permanecerão contidos para sempre e irão embora com ela: seus jarros, copos e conta-gotas.

Vai vestida em flores, em sol quente e tarde febril. Suas espadas fora das bainhas, suas flechas na aljava. Ela estará com as armas em punho, como sempre esteve. Seus olhos, sorrisos, sua paixão inocente, em punho. Ela estará pronta para outra guerra.

Eu estarei aqui, caído. Esperando o fim ou, quem sabe com sorte, sua volta.

Um comentário:

Unknown disse...

Tiago, isso foi umas das coisas mais lindas que já ouvi nos últimos anos, de quem é? Saudades de vc lindinho! Beijos mil!